Mulher de 63 anos gera bebê para sobrinha com síndrome rara no interior de SP: 'Vivemos um pelo outro'
Mulher de 63 anos gera bebê para sobrinha com síndrome rara no interior de SP Mary Ellen Marques nasceu com a Síndrome de Rokitansky, condição rara que faz...
Mulher de 63 anos gera bebê para sobrinha com síndrome rara no interior de SP Mary Ellen Marques nasceu com a Síndrome de Rokitansky, condição rara que faz com que mulheres não tenham útero. Por isso, acreditava que jamais poderia gerar um filho. Agora, aos 32 anos, o sonho da maternidade está se tornando realidade com a ajuda da tia Maria, de 63 anos, que aceitou ser sua "barriga solidária". "A minha gratidão pela minha tia será eterna. Consigo ver no olhar dela a felicidade em poder realizar o meu sonho, sonho desta sobrinha que ela considera como uma filha", diz. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Maria Ambrosia de Miranda Marques, a tia que carrega o bebê, afirma que se sente abençoada por poder realizar o sonho da sobrinha e também o dos pais de Mary Ellen, que serão avós pela primeira vez. "Estamos muito felizes e ansiosos pela chegada desse milagre", conta. "Logo logo o Samuel está chegando para alegrar a família." Mary Ellen, o marido, Danilo e a tia Maria, que é 'barriga solidária', durante a revelação do sexo do bebê Mary Ellen Marques/Arquivo pessoal 🍼 Sonho da maternidade Mary Ellen é casada há quatro anos com Danilo Marques, de 40 anos. Eles se conheceram pelas redes sociais, logo após ela se divorciar. "Desde o início eu contei para ele que tinha o sonho de ser mãe. Eu sempre falo que nasci com esse desejo, mas cresci sabendo que não poderia gerar filhos", conta. Ela explica que, em relacionamentos anteriores, o desejo de adotar uma criança não foi aceito pelos parceiros. "Hoje entendo que foi um livramento. Quando conheci o Danilo, perguntei se ele queria ter mais um filho, porque ele já tem uma menina de 16 anos. E ele respondeu que sim, que Deus havia prometido um filho da promessa chamado Samuel", lembra. O casal decidiu iniciar o processo de adoção, mas, no fim de 2024, uma nova esperança surgiu. Uma amiga mostrou um vídeo nas redes sociais sobre uma mulher que gerou o bebê para uma amiga. O caso reacendeu a vontade de Mary Ellen de tentar o mesmo caminho. "Entrei em contato com a moça do vídeo e, por incrível que pareça, nós temos a mesma síndrome. Ela me indicou uma clínica em Goiânia", relata. O casal viajou até Goiânia, onde fez a coleta dos óvulos de Mary Ellen e do material genético de Danilo. Dez embriões foram congelados. Depois de uma tentativa que infelizmente não deu certo e sem outras opções entre familiares e amigas, Mary Ellen decidiu esperar. Oito meses depois, a mesma amiga lhe enviou outro vídeo, dessa vez de uma mulher de 62 anos que havia gerado o bebê da sobrinha. "Mostrei o vídeo para a minha prima Kelly, filha da tia Maria. Ela mostrou para a tia, que respondeu na hora: 'Fale para a fia que eu vou para ela'. Quando recebi a notícia, quase caí dura de felicidade", conta emocionada. A partir daí, começaram os exames médicos. "Minha tia é muito saudável, teve três filhos de parto normal, nunca fez tratamento de saúde e está ótima. Passou por cardiologista, endocrinologista, mastologista, ginecologista e psicólogos, e todos atestaram a capacidade física e mental dela para gerar nosso bebê." A advogada da família, especializada em reprodução assistida, entrou com o pedido de autorização no Conselho Regional de Medicina (CRM). "Em junho, recebemos a liberação para a transferência do embrião. Fomos novamente a Goiânia e, nove dias depois, veio o tão sonhado positivo", celebra Mary Ellen. O chá revelação foi realizado m 30 de agosto deste ano. "Descobrimos que era o Samuel Henrique. Nesse dia, tivemos ainda mais certeza de que tudo era vontade de Deus, porque Ele havia prometido Samuel." Agora, com seis meses de gestação, a família acompanha o desenvolvimento do bebê com alegria. “A tia está maravilhosa, cada dia mais linda. Samuel está crescendo saudável e ela nem parece grávida, só sente mais fome e sono", brinca. Mulher de 63 anos gera bebê para sobrinha com síndrome rara em Itapetininga (SP). Mary Ellen Marques/Arquivo Pessoal A dinda do Samuel 💙 Kelly, prima de Mary Ellen e técnica de enfermagem, foi escolhida para ser a madrinha do pequeno Samuel. Filha mais velha de Maria, a tia que aceitou ser "barriga solidária", Kelly conta que também chegou a se oferecer para gerar o bebê, mas precisou retirar o útero após um problema de saúde. Em agosto, Kelly foi a "guardiã" do segredo sobre o sexo do bebê e organizou o chá revelação. Ela conta que se emocionou ao descobrir que seria um menino, promessa, segundo ela, que Deus havia feito à família. O nome escolhido foi Samuel, que significa "nome de Deus". A dinda do Samuel contou ainda que o pai, marido de Maria, sargento reformado da Polícia Militar, aceitou a situação e está apoiando a esposa em todo o processo. "Aqui vivemos um pelo outro. Afinal, família é isso, né." Kelly, prima de Mary Ellen, e o marido serão os dindos do Samuel Kelly Marques Palma/Arquivo pessoal Maria Ambrosia de Miranda Marques, a tia que carrega o bebê, afirma que se sente abençoada por poder realizar o sonho da sobrinha Mary Ellen Marques/Arquivo Pessoal Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM